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SÁBADO, 16 DE AGOSTO

 

9h00 – 10h45, Auditório da Biblioteca

MESA 19: Estudos comparados dos cinemas do período clássico-industrial: Brasil e Argentina

Flávia Cesarino Costa (UFSCar). Comédias industriais argentinas e brasileiras do período 1930 - 1950: uma comparação

Pretendo comparar filmes argentinos e brasileiros dos períodos industriais destes dois países (entre 1930 e 1950), atentando para os temas das relações de classe e de gênero. Seria possível discutir as conexões entre formas de resolução de conflitos em algumas tramas, e as influências de gêneros cinematográficos importantes na América Latina por seu apelo popular, tais como a comédia e o melodrama, bem como as distintas formas de entender e fazer cinema e os respectivos contextos históricos destes dois países?

 

Felipe Augusto de Moraes (USP). Oduvaldo Vianna: entre o teatro e o cinema, entre o Brasil e a Argentina

Oduvaldo Vianna é, reconhecidamente, um dos principais nomes do teatro brasileiro da primeira metade do século XX. Em menor grau, é lembrado também como homem de cinema, diretor de filmes como Bonequinha de seda (Oduvaldo Vianna, 1936), com script seu, e El Hombre que nació dos veces (Oduvaldo Vianna, 1938), realizado na Argentina com roteiro adaptado de uma de suas peças brasileiras. As relações de Oduvaldo com o cinema, e também com o cenário cultural de Buenos Aires, ocupam espaço premente em sua carreira e remontam ao começo de seu reconhecimento, ainda nos anos da Companhia Brasileira de Comédias. Esta comunicação procura assim reconstituir e articular, ainda que de modo inicial, estes dois “trânsitos” fundamentais na obra de Vianna: 1. O trânsito entre teatro e cinema; 2. O trânsito entre Brasil e Argentina.

 

Arthur Autran Franco de Sá Neto (UFSCar). Argentina Sono Film e Cinédia: uma comparação

A comunicação visa comparar a atuação da Cinédia, empresa brasileira fundada em 1930 por Adhemar Gonzaga, com a da Argentina Sono Film, criada em 1933 por D. Angel Mentasti. Cada uma dessas produtoras foi a mais importante no seu respectivo contexto nacional, no entanto, o quadro brasileiro ao longo dos anos 1930 foi de uma produção anual de longas-metragens que diminuiu durante a década e com pouca participação no mercado interno dominado por Hollywood; enquanto na Argentina a produção alcançou números significativos em termos da quantidade de filmes realizados, assim como houve expressivo avanço no mercado interno e mesmo no mercado ibero-americano. Objetiva-se com essa comparação descrever e analisar as estratégias de produção das empresas, as principais características dos filmes realizados, bem como a relação com o mercado.

 

Mediação: Alexsandro de Sousa e Silva

 

9h00 – 10h45, Salão de Atos

MESA 20: Estudos da música no cinema

Joyce Curi (UFSCar). A "voz da música" em O homem de couro, de Paulo Gil Soares

O artigo pretende fazer reflexões sobre como trabalha a música no documentário O homem de couro (1969-70), dirigido por Paulo Gil Soares no projeto conhecido como Caravana Farkas. Nossa proposta é perceber os usos e o comportamento das canções populares, dos aboios entoados pelos vaqueiros e da música instrumental da Banda de Pífanos na articulação da narrativa. Para isso, cruzaremos alguns conceitos teóricos da música no cinema com reflexões teóricas do campo do documentário, sem perder de vista o contexto de produção e o aspecto ideológico na representação do “outro de classe”. Nossas considerações se darão em torno de nosso objeto, mas também esperamos contribuir com outros estudos que pensem a música no cinema documentário.

 

Lucas Zangirolami Bonetti (UNICAMP). A fronteira entre o sound design e a trilha musical no filme O beijo

O presente trabalho pretendeu estudar a trilha musical composta por Moacir Santos (1926-2006) para O beijo (Flávio Tambellini, 1964), sob o conceito de fronteira entre o sound design e a trilha musical. Sendo esse conceito aqui apresentado uma ramificação de um estudo que está sendo realizado pelo Grupo de pesquisa em música e sound design aplicados à dramaturgia e ao audiovisual, do qual o autor faz parte. O uso da música e do ruído com suas funções invertidas é descrito e é observado como a narrativa fílmica ganha novos tipos de compreensão e significação.

 

Sandra Ciocci, Maurício Bortoloto da Costa Figueiredo e Ney Carrasco (UNICAMP). A trilha musical da comédia Nem sansão nem Dalila

No ano de 1954, a Companhia Atlântida Cinematográfica, empresa de cinema com sede na cidade do Rio de Janeiro, produziu o longa-metragem Nem Sansão nem Dalila, com direção de Carlos Manga. Este artigo apresenta um estudo sobre a trilha musical desta obra, equipamentos e profissionais utilizados para a produção e a comparação com a música do cinema produzido em Hollywood.

 

Mediação: Damyler Cunha

 

11h00 – 12h45, Auditório da Biblioteca

MESA 21: Cinema militante

Bruno Braga Rangel Villela (UFAM). A urgente ocupação do documentário pelo MTST no Brasil e pelo MTD na Argentina

Este artigo aponta diálogos iniciais entre o videoativismo, realizado por movimentos sociais, e a tradição política e estética do “documentário social militante” na América Latina. Para isso, traremos para o debate dois exemplos: a representação coletiva operada pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores sem Teto) em Direitos esquecidos: moradia na periferia (Brasil, 2005); e o exercício de autorrepresentação mediado pelo Indymedia e o MTD (Movimiento de los Trabajadores Desocupados) em Compañero Cineasta Piquetero (Argentina, 2002). Entende-se que, embora tais experiências mantenham-se presas a um discurso ideológico, elas destacam-se da videopolítica atual e reivindicam seu lugar na história do documentário latino-americano, atualizando o debate em torno da “voz do outro”, na afirmação de uma “ética da urgência”.

 

Vinícius Andrade de Oliveira (UniNassau). Coque: memórias da terra - histórias de vida e resistência na periferia do Recife

O presente trabalho pretende evidenciar como a série de documentários Coque: memórias da terra (Rede Coque Vive, 2012), realizada a partir da colaboração entre diferentes atores socais atuantes na periferia da cidade do Recife, em Pernambuco, recupera, reúne e (re)significa as trajetórias pessoais e coletivas de resistência dos sujeitos ligados à luta pela posse da terra num espaço historicamente estigmatizado e marginalizado, a comunidade do Coque. A partir da análise das diversas estratégias discursivas mobilizadas na série, exibida em assembleias de bairro e cineclubes e lançada num dos mais importantes cinemas da cidade, busca-se entender o modo singular por meio do qual é engendrada uma narrativa histórica cujo intuito é propor à comunidade uma nova visibilidade, visibilidade essa não mais vinculada à violência e à miséria, mas sim conjugada à memória afirmativa de resistência política dos seus moradores.

 

Jorge Flores Velasco (Paris 3). Hacia el levantamiento del Inti Raymi: el cine de los movimientos sociales en Ecuador

La ponencia visa mostrar un recorrido del video-activismo en Ecuador a través de un abordaje historiográfico y un análisis estético, teniendo la micro-historia como clave metodológica. En ese sentido, el cine político ecuatoriano será entendido como un filtro y un terreno mediador para la comprensión de la historia contemporánea del país. El valor heurístico del corpus analítico combinado con una estrategia multidisciplinaria que conjuga la historia, la sociología, la antropología y el análisis de contenidos permitirán contextualizar y entender la estética cruda y simple de un conjunto de películas, en que se mezclan los códigos del video reportaje, de la performance y del documental de observación.

 

Diogo Noventa (USP). Batalha em Guararapes: tensão entre ficção e documentário como crítica à sociedade de classes

Esse artigo tem por objetivo realizar o trânsito entre análise estética e reflexão histórico-social para compreender a inter-relação da linguagem do vídeo Batalha em Guararapes I, realizado pela FASE – Federação de Órgãos para a Assistência Social e Educacional, no ano de 1984, com a história recente do país, mais precisamente o período de abertura democrática do país na década de 1980. A partir da análise das imagens e sons do vídeo e de seu procedimento de produção é possível perceber na estética de Batalha em Guararapes I seu ponto de vista sobre a história do país e seu posicionamento de classe.

 

Mediação: Fernando Rodrigues Frias

 

11h00 – 12h45, Salão de Atos

MESA 22: Paisagens sonoras

Kira Pereira (UNILA/UNICAMP) e Ney Carrasco (UNICAMP). Candinho e a construção do som marginal

O presente trabalho promoverá a análise da construção do espaço da diegese do média-metragem Candinho, de Ozualdo Candeias, através de suas imagens e sons, sob a perspectiva de Michel Chion e de Murray Schafer, utilizando como texto de apoio o artigo “Uma São Paulo de revestrés: Sobre a cosmologia varziana de Candeias”, de Rubens Machado Jr. A análise será feita tendo como foco a relação imagem-som que é resultado de uma construção artística, levando em conta os significados criados e sensações transmitidas, mais do que as possíveis limitações ou condições técnicas supostamente disponíveis aos criadores.

 

Marco Túlio Ulhôa (UFF). Paisagens sonoras no Barroco e Paul Leduc

O filme Barroco, do cineasta mexicano Paul Leduc, é uma livre adaptação do romance Concerto barroco, do escritor cubano Alejo Carpentier. Ambas as obras refletem sobre a alteridade latino-americana, a partir do encontro entre cultura e natureza. Utilizando o conceito de paisagem sonora, de Murray Schafer, o estudo desenvolve como, no filme, as estéticas musical e sonora, interferem nas relações culturais. Para isso, aproxima-se a teoria de Schafer e o universo do realismo maravilhoso.

 

Natalia Christofoletti Barrenha (UNICAMP). "¿Cómo hacés para dormir con tanto ruído?" A irrupção da cidade através dos sons em Una semana solos (Celina Murga, 2008)

No filme argentino Una semana solos (Celina Murga, 2008) algumas crianças e adolescentes passam uns dias sem a presença dos pais no condomínio fechado onde vivem, nos arredores de Buenos Aires. Entre experiências cotidianas das mais banais (travessuras, paqueras, tédio, videogames, televisão, música pop, esmaltes) às mais cruéis (preconceito de classe, racismo e vandalismo), passando pela transgressão adolescente (desafio à autoridade, ausência de limites – faltar ao colégio, dirigir um carro), Una semana solos materializa e particulariza algumas fraturas do aparente paraíso que os condomínios fechados pretendiam ser. Enquanto o “fora” é apenas uma referência e uma realidade longínqua no discurso dos personagens, o mundo que continua detrás dos muros se manifesta através dos sons off. Pretendemos, neste texto, analisar como a cidade da qual os countries pretendem se apartar “invade” esse espaço por meio dos sons.

 

Mediação: Natalia Christofoletti Barrenha

 

14h30 – 16h15, Auditório da Biblioteca

MESA 23: Memória, violência, esquecimento

Bruno Konder Comparato (UNIFESP). Frei Tito de Alencar, brasileiro, banido, torturado

O objetivo desta comunicação é fazer uma reflexão sobre as consequências da tortura sobre as vítimas, em especial no que diz respeito à sua identidade com o mundo, que é devastada pela experiência traumática limite que constitui a tortura. Do ponto de vista da vítima, o sofrimento causado pela tortura representa uma ruptura radical, a partir da qual a própria concepção de humanidade e razão de ser da existência podem deixar de fazer sentido. É o que acontece, notadamente, quando se atinge o ponto de não retorno, quando a vítima se torna refém permanente do torturador e sua individualidade é irremediavelmente destruída. O argumento é ilustrado pelo martírio de Frei Tito de Alencar Lima, preso em novembro de 1969, levado para a Operação Bandeirante, e submetido a torturas ininterruptas pela equipe do delegado Fleury até a primeira semana de agosto de 1974, quando terminou de morrer, num convento na França, onde havia chegado um ano antes.Uma primeira tentativa de suicídio havia sido impedida pela vigilância e obstinação dos seus torturadores. Por um terrível paradoxo, foi obrigando-o a sobreviver que eles mantiveram o seu poder sobre Tito. Mesmo no exílio, ele ouvia permanentemente a voz do famigerado Fleury e do capitão Albernaz, que continuavam a ameaçá-lo: “se não falar, será quebrado por dentro, pois nós sabemos fazer as coisas sem deixar marcas visíveis. Se sobreviver, não esquecerá jamais o preço da sua audácia.” Segundo o diagnóstico do psiquiatra que o tratou, na França, a partir de um determinado momento “Tito duvidou então do homem, dos outros, de si próprio.” A expatriação não o tinha libertado dos seus torturadores. Tito atingira o ponto de não retorno, pois havia se tornado exilado de si mesmo.

 

Cynthia Sarti (UNIFESP). Violência e imposição do silêncio. Narrativas, apesar de tudo

A apresentação parte da ideia básica de que, como qualquer experiência humana, as experiências que envolvem o corpo e as emoções estão inscritas em uma ordem simbólica. Como tal, fazem sentido na relação do sujeito com o mundo social. Os sentimentos, que são linguagem, quando vivenciados e expressos mediante formas instituídas, tornam-se, portanto, inteligíveis. Nas experiências de violência, ao sofrimento da violência vivida soma-se o da ausência de formas de expressão instituídas e de inteligibilidade para a dor. Há, nesses casos, o silêncio imposto e a recusa da escuta e da memória. A apresentação visa discutir as respostas à necessidade que não tem repouso de buscar construir, apesar de tudo, formas de falar da violência. Toma como referência a literatura, em particular, o livro Memórias do esquecimento de Flávio Tavares.

 

Jens Baumgarten (UNIFESP). Arte e Arquitetura exilada dentro do país: Filipinas pós-Segunda Guerra Mundial

As Filipinas foram um dos países mais devastados na Segunda Guerra Mundial – inclusive a capital, Manila, foi a segunda cidade mais destruída desta guerra. Não apenas a própria destruição, mas a memória da violência em torno da – chamada – última batalha de Manila, em 1945, onde ocorreram os massacres e estupros de massa cometidos pelos soldados japoneses, dão ao lugar que antes foi chamado a “pérola da Ásia” uma memória de distopia. Ele se transformou em uma “damnatio memoria”. Em seguida, não apenas foi criada uma nova capital – uma capital de exílio. E, também, todos os santuários da igreja católica buscaram exílio. Nesta palestra, gostaria de refletir a partir da arquitetura e das artes plásticas como este tipo de exílio interno foi construído e como este processo da negação de memória se transformou.

 

Mauro Rovai (UNIFESP). O verde e o encarnado em P&B.

O objetivo deste trabalho é analisar as imagens dos telejornais da RTP (Radio Televisão Portuguesa) que foram ao ar entre o final da tarde do dia 25 e o início da madrugada do dia 26 de abril de 1974. Pretende-se explorar os elementos formais mobilizados nas transmissões “ao vivo” da emissora (que foi tomada pelo exército na manhã do dia 25), destacando a maneira como o Movimento deflagrado pelas Forças Armadas foi narrado, descrito, saudado e mostrado. A análise levará em conta a articulação dos recursos expressivos mobilizados durante as emissões, como o uso de diferentes enquadramentos, a postura dos jornalistas diante da câmera e a “descrição” das imagens dos eventos filmados ao longo do dia. Este trabalho é parte de uma investigação sociológica mais ampla sobre a relação entre Imagem, Técnica e Política e incorpora aspectos debatidos em eventos internos do campus da EFLCH – UNIFESP.

 

Mediação: Bruno Konder Comparato

 

14h30 – 16h15, Salão de Atos

MESA 24: Representações e diálogos com filosofia e psicanálise

Geraldo Blay Roizman (FIAAM/FAAM). A imagética em Mário Peixoto

Uma análise do filme Limite (Mário Peixoto, 1931) deve encontrar seu sentido na própria urdidura de imagens justapostas à música. Coincidem e colaboram com a narrativa, movimentos gestuais de câmera livre, planos de atenção sobre objetos e coisas, metáforas visuais e planos sequência delicadamente tecidos a partir de texturas captadas nas diferenças de luz. Esta imagética é baseada na própria experiência corpórea do cineasta. A noção de uma imagem-câmera como reflexo do traço do mundo, ou a consciência do cineasta de captar a coisa idêntica a si mesma, ganha uma dimensão poética no filme que determinará o próprio pensamento enquanto imagem do cineasta.

 

Glauco Madeira de Toledo (IMESB/VC) e Patrícia Kiss Spineli (UNICAMP). A bunda como elemento poético da memória em O cheiro do ralo

A representação das nádegas feminina na maioria das vezes foi de caráter estereotipado no cinema brasileiro. A nádega é um símbolo de marca nacional e está presente em diferentes períodos do cinema no Brasil. No filme O cheiro do ralo (Heitor Dhalia, 2006), baseado no romance homônimo de Lourenço Mutarelli (2002), há a personagem “bunda” que permite espaço para a discussão sobre esse elemento do corpo feminino presente no imaginário brasileiro. A bunda como um símbolo da mulher brasileira e do cinema nacional, de certa forma, afirma a fabricação desse sujeito mulher. Nesse artigo procura-se discutir a bunda como elemento poético e analisar como se dá a adaptação, da literatura para o audiovisual, na representação desse elemento. Traça discussões através da contraposição entre a bunda do imaginário popular para a da ficção; o uso desse elemento do corpo feminino como representação de um estereótipo brasileiro e argumenta sobre a representação do conceito bunda na literatura e sua transposição para o cinema.

 

Dirceu Antônio Scali Jr. (PUC Campinas). O cheiro do ralo a partir do conceito de objetos parciais na psicanálise

O trabalho tem por objetivo analisar o filme O cheiro do ralo tendo como subsídio o conceito psicanalítico de relação de objetos parciais. O filme apresenta, em sua estruturação, muitos elementos que remetem a esse conceito e dessa forma possibilitaria uma análise tomando como referencial teórico a psicanálise e, especificamente, o conceito mencionado. Para tanto, será realizada uma retomada do conceito em determinados autores e tal conceito será o instrumental teórico que servirá de base para a análise a ser efetuada.

 

Vitor Vilaverde (UFSCar). A representação do jovem na produção cinematográfica recente da América Latina

Após a compreensão inicial de como se dá o processo de criação de uma obra cinematográfica e levando em consideração todo o contexto social e político influenciando na construção de um projeto fílmico, nesse trabalho buscar-se-á analisar as semelhanças estéticas e no discurso de quatro filmes recentes de países latino-americanos. A investigação leva em conta as formas estéticas que esses filmes escolhem para posicionar-se politicamente, quando abordam questões da juventude: suas ações, reflexões, dúvidas e conflitos. É também interessante notar que o principal público que dialoga com os filmes escolhidos é, na maioria dos casos, proveniente de festivais internacionais e não necessariamente os próprios adolescentes dos quais o filme fala. Assim sendo, pretende-se apenas revelar uma forma de representação de um grupo social diferente da que é feita em obras que podem ser consideradas mais tradicionais.

 

Mediação: Dirceu Antônio Scali Jr.

 

17h00, Auditório da Biblioteca

SESSÃO PLENÁRIA: O registro da história e os movimentos sociais no cinema

Mónica Villarroel (Cineteca Nacional de Chile). Patrimonio audiovisual recobrado: imágenes de Chile 1919-1973

Este trabajo presenta los principales resultados de una investigación sobre cine chileno recobrado, que fue conservado en Alemania luego de la salida de Chile entre 1970 y el Golpe de Estado de 1973. El retorno, en 1999 y en 2001, de una considerable cantidad de materiales, fue el punto de partida para indagar sobre el proceso de salida, conservación, difusión en Alemania y el retorno de un valioso patrimonio cinematográfico nacional.

 

Ana Laura Lusnich (Universidad de Buenos Aires - Argentina). El movimiento del Cordobazo en el cine argentino: la hegemonía del registro documental

El movimiento político-social del Cordobazo, sucedido en mayo de 1969 en la ciudad de Córdoba, Argentina, produjo a lo largo de cuatro décadas una serie de películas de corte documental. Con el interés de comprender las características de estas realizaciones, la ponencia se centrará en dos aspectos en particular: a) el análisis de las elecciones narrativas y espectaculares que primaron en la representación del Cordobazo en el campo del cine, con especial atención en la hegemonía de los documentales de carácter informativo, expositivo y reflexivo, y b) la interpretación del fenómeno del Cordobazo en el campo del cine a partir de dos perspectivas recurrentes: la elaboración y la exaltación de las biografías personales y/o colectivas de aquellas figuras y segmentos sociales que participaron de los acontecimientos históricos; y la reconstrucción mediante documentos audiovisuales (televisivos y cinematográficos) del ambiente y de la época, abarcándose con estas decisiones no sólo las precisiones geográficas y temporales de los hechos sino particularmente la exhibición de un proceso histórico global.

 

Rosane Kaminski (UFPR). Ana, de santa a guerrilheira: fé e resistência no filme A guerra dos pelados (Sylvio Back, 1971)

O objetivo do texto é discutir a relação entre história e cinema, a partir da análise de recursos narrativos em A guerra dos pelados, produzido por Sylvio Back em 1971. Trata-se de um filme histórico sobre o Movimento do Contestado, que participa da construção da memória histórica em torno do evento. Focaliza a resistência dos camponeses expulsos de suas terras, e que são oprimidos pelos fazendeiros locais. Com a intervenção de forças militares, os camponeses lutam até seu quase extermínio. Destaca-se o papel emblemático das transformações que a personagem Ana, uma jovem camponesa, vivencia no filme. Ana é uma personagem simbólica, pois as diferentes fases da trama se relacionam diametralmente com as fases vividas por ela: no início vista como santa pelos camponeses, depois passa a figurar como guerrilheira entre os resistentes. A escolha do cineasta em demarcar fases do filme a partir da transformação de uma mulher é vista como opção retórica, ou seja, o uso da figura feminina enquanto alegoria.

 

Mediação: Mariana Villaça

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