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|| eixos temáticos ||

cinema, arte e antropologia

Este eixo​ temátic​o​ é dedicad​o​ a ​comunicações ​que se voltem para imagens​​, processos e objetos ​artístic​os. ​Pretende-se​ contemplar​ linguagens expressivas ​e tecnologias variadas, ​como fotografia, pintura, ​cinema, performance, teatro, dança, música, internet, entre outras​.​ ​Antropologia, arte​s​ e cinema podem ​estar​ conectados​ de diferentes maneiras nos trabalhos, por exemplo, tendo a antropologia como ferramenta metodológica da produção artística ou fílmica, ou ainda ​ ​tomando image​ns, rituais​ e outras formas sensíveis como material de análise ou de experimentações etnográficas

cinema e artes visuais

A intensificação do diálogo existente entre cinema e arte moderna e contemporânea, recentemente, é abordada a partir de diversos gêneros cinematográficos, como documentário, filme-ensaio, ficção, cinema experimental e expandido. O objetivo deste eixo é estudar a produção imagética cinematográfica e as relações e influências que ela estabelece com meios de expressão de vários campos do conhecimento, como artes plásticas, arquitetura, fotografia, video-arte, design, dança, performances, arte digital, video-instalação e dispositivos móveis da América Latina. Assim, a partir de um ponto de vista que pensa as constantes influências das mudanças tecnológicas no cinema e nas expressões artísticas e, sobretudo, baseadas na resistência à dominação cultural por movimentos de defesa dos valores simbólicos e materiais dos povos e minorias da região, as propostas devem considerar e confrontar os métodos da produção cinematográfica contemporânea e suas intersecções com elementos das Artes Visuais, em especial com aquelas que propõem uma poética da memória e de resistência aos valores dominantes, por meio de novas formas de olhar.

audiovisual, estética e política

Os mecanismos de poder, que (re)produzem a desigualdade social, embrenham-se nos dispositivos que definem o que é visível e invisível e quem fala sobre o que, como e onde. Trata-se de uma disputa em que se enfrenta um jogo de forças na legitimação de narrativas e imagens que influem nos modos de ver e pensar sobre nossa condição política, histórica e social. A partir deste pressuposto, este eixo se propõe a desenvolver uma reflexão crítica sobre a relação entre estética e política no cinema e na arte latino-americanos. Segundo Christian  Zimmer, "o cinema é menos um modo de fazer cinema e mais uma maneira de pensar o cinema", poderíamos dizer o mesmo da arte. Propomos, assim, discutir a politização da estética e pensar criticamente a estetização da política, de maneira a construir pontes clandestinas que profanem as falsas fronteiras entre forma e conteúdo. Neste sentido, algumas possibilidades de abordagem são: como a arte latino-americana pode se constituir como uma expressão anti-hegemônica? Que pontes clandestinas podemos construir entre estética e política na América Latina? Como o audiovisual, a arte, e suas possibilidades estéticas são mobilizados para discutir conflitos recentes e seculares do território latino-americano? As imagens e narrativas artísticas e cinematográficas colocam, de maneira explícita ou implícita, o seu ponto de vista político ou a sua opção política? Quais os dispositivos de voz/silenciamento e visibilidade/invisibilidade presentes nestas imagens e narrativas cinematográficas e artísticas? Tais questões nos conduzem ainda a reunir contribuições que confrontem a dimensão das interfaces criadas pelo audiovisual que revoga a política inerente à representação das disputas políticas tão presentes nos vídeos contemporâneos.

cinema, arte e literatura

Este eixo é dedicado às interações entre arte, cinema e literatura, tendo como base de análise a imagem e o discurso cinematográfico. O campo não se restringe às adaptações cinematográficas de títulos renomados: ele visa os múltiplos fenômenos de inscrição e metamorfose entre as imagens literárias, as imagens fílmicas e as imagens da arte, a arte e o cinema como corpos textuais na produção de sons e imagens, a literatura despertada na arte e no cinema e a arte e o cinema despertado na literatura. As relações entre as medias não servem à submersão de uma materialidade na outra; elas permitem pensar dialeticamente as ideias literárias, as ideia artísticas e as ideias cinematográficas. E para essa reflexão, o recorte dos movimentos de resistência na América Latina. A adaptação da literatura latino-americana na arte e no cinema de resistência; o trabalho de artistas, diretores, roteiristas e demais profissionais do audiovisual versados igualmente na arte da escrita; o filme e a obra de arte como media para o protesto, a canção ou o poema. Estas e outras tantas abordagens do hibridismo arte, cinema e literatura na resistência social, política e cultural da América Latina.

cinema e artes cênicas

Tentando abranger os lugares onde se tocam as artes, o eixo Cinema, e Artes cênicas procura não só a teatralidade do cinema ou o filme no teatro mas também entender o papel do audiovisual e mídias digitais em obras de artes cênicas, dança, artes plásticas, performances e outras manifestações que se utilizem da imagem - em filme, projeção ou linguagem audiovisual/cinematográfica - para a criação e apresentação ao público: Instalações, performances, vídeo-performances, vídeo-instalações, intervenções urbanas, espetáculos diversos que dialoguem com vídeo, projeção ou tenham o cinema como ponto de partida ou chegada. Não apenas na adaptação do cinema ao palco, ou do palco à tela.  A conexão entre cênico e fílmico transborda nas manifestações contemporâneas, questionando fronteiras e atuando de forma interdisciplinar nas áreas da criação artística, transfigurando-as, conectando e ampliando os significados que dão voz a ações poéticas e políticas.

cinema, arte e história

A História do tempo presente é um desafio para os historiadores, pois compreender o “imediato” histórico é por vezes um risco para o Historiador. O presente trata do agora e do contemporâneo, isto é, da curta ou curtíssima duração. Mas não será o presente finas camadas de espumas contendo ondas da longa duração? Ao estudar o presente tal como um escafandrista o historiador mergulha no passado, em uma dialética entre passado e presente numa imbricação entre permanência e mudança. Certo é a História se fazer nesse contínuo que articule passado, presente e futuro. Três elementos de um jogo dialético onde forças sociais, políticas, econômicas e culturais se sobrepõem num todo contraditório. Somos produtores de memória por obras de natureza artística ou reflexiva com base em documentos escritos, imagéticos, sonoros e audiovisuais, os quais, são matérias-primas para o ofício do historiador. Nos dias atuais, a consciência sobre o potencial do cinema como fonte e objeto de investigação histórica vem aumentando gradualmente. Alguns historiadores sentem a necessidade de abordar filmes devido às leituras interpretativas do passado de muitas sociedades contidas nas produções fictícias e documentárias. Conteúdo e forma. Representação sobre os diversos temas políticos, econômicos, religiosos, de direitos civis e humanos, movimentos sociais, identidades de gêneros e culturais. Encontramos nos pontos de vistas de realizadores individuais e coletivos desde os olhares hegemônicos corporativos, em defesa dos interesses privados, até os olhares dos pequenos grupos de vozes oprimidas que enfrentam a alienação cultural. Mais do que fazer circular visões celebrativas ou pessimistas sobre determinados eventos e protagonistas, o cinema e arte são formas de movimentar o eixo das investigações da vida pretérita, lançando inquietações sobre o nosso próprio papel enquanto sujeitos históricos. 

cinema e som

O objetivo deste eixo temático é a reflexão sobre as múltiplas potências poéticas do uso do som em obras audiovisuais da América Latina. Tomando o som como elemento constituinte de narrativas, de sentidos e sensações, intrínseco ao discurso audiovisual e condicionado à História e ao desenvolvimento tecnológico, aceitam-se propostas que explorem tanto a relação do uso do som com a produção de discurso e sentido, quanto sua utilização experimental e seu percurso na história do cinema. Assim, as propostas podem explorar: a análise de questões colocadas pela música, as funções narrativas dos ruídos e/ou dos silêncios, a percepção do tempo na imagem, o papel das vozes para além dos diálogos, as relações entre o som e a criação do espaço cinematográfico, a história de sua evolução técnica, dentre outros. 

cinema e psicanálise

O cinema e a psicanálise são contemporâneos. A gênese dos dois pode ser, de certa maneira, remontada a 1895, o cinema com as projeções dos Lumière e a psicanálise com a publicação do livro Estudos sobre a histeria, de Freud e Breuer. Desde então, estas áreas costumam se aproximar, tanto pela correlação imagem-sonho quanto pela dinâmica entre espectador, personagem e imagem. Arte e psicanálise sempre dialogaram como, por exemplo, na forte influência da Interpretação dos sonhos sobre os Surrealistas. Como cada cultura possui sua dinâmica representativa, uma abordagem psicanalítica sobre a arte e o cinema da América Latina precisa ir ao encontro de uma subjetividade própria, considerando as noções de identidade e de auto-representação. As percepções do mundo sensível, as relações temporais, fazem parte não apenas da análise cinematográfica e da arte, mas também do choque de influências, dominações e resistências que o nosso continente abarca. Destas fusões e fissuras, entre tantas bagagens (de memórias, de arquétipos, de ícones), surgem inúmeros estímulos para uma pesquisa psicanalítica da nossa arte e de nosso cinema.

O colóquio foi organizado a partir dos nove eixos temáticos descritos a seguir. Na programação, trabalhos de diversos eixos se entrecruzam, reafirmando a interdisciplinaridade e o diálogo como ponto importante de nossa proposta.

cinema e movimentos sociais

O registro em audiovisual e a representação artística em geral das ações dos grupos sociais passou a constituir-se em uma peça estratégica fundamental para a direção dos movimentos sociais na América Latina,  em contraposição ou como alternativa ao que não é realizado pelas mídias tradicionais. Na maioria das vezes não há uma pretensão à criação de um produto estético com vistas à circulação comercial, mas um registro documental, portanto, um registro histórico, político e social de um determinado movimento ou ação. São produtos manipulados pelos próprios militantes sociais ou por seus simpatizantes e destinados à circulação interna... e que passam ao largo das leis de incentivo e fomento. O propósito deste grupo temático é discutir a propriedade dessas produções que apesar de limitadas por recursos ou suportes tecnológicos estão criando uma nova estética sobrepondo e transgredindo, inclusive o circuito alternativo "tradicional", uma vez que utilizam as plataformas imediatas das novas mídias.

cinema, televisão e novas mídias

Este eixo temático é voltado para comunicações que envolvam pesquisas sobre as relações entre o cinema e as mídias eletrônicas, como a televisão e os meios digitais. Pretende-se contemplar abordagens variadas que envolvam: linguagens e sistemas expressivos; relações de produção e consumo; questões relativas à recepção e crítica; história das relações entre o cinema e outras mídias na América Latina. 

arte e cinema experimental na América Latina: história e crítica

Entre os fortes influxos mundiais e a interação com as condições locais, de que modo a sensibilidade estética de artistas e cineastas latinoamericanos tem se arranjado no terreno da experimentação face à sua cultura e suas específicas tradições críticas? A análise comparativa exerce forte atrativo mesmo quando seus pressupostos básicos rareiam e a fortuna crítica das obras é precária e oscilante. O mapeamento e a prospecção histórica da produção experimental revelam-se tarefa primordial dado que são muitas vezes coisa recente e cheia de lacunas, o que afeta o exercício cada vez mais necessário da crítica.

cinema, economia e política cultural

A proposta do eixo temático é congregar trabalhos que discutam o papel das políticas culturais direcionadas ao campo do cinema e do audiovisual problematizando o protagonismo dos governos e propondo análises a respeito de questões como: o papel do Estado no fomento, regulação e fiscalização da cena audiovisual; riscos, ausências, instabilidades e conquistas do setor; políticas cinematográficas direcionadas a indígenas, negras/os, mulheres, crianças, LGBTQs, entre outras "minorias"; incentivo à produção experimental ou não comercial; o protagonismo das agências e/ou organismos governamentais de fomento; mecanismos de fomento (editais, leis de incentivo, os fundos setoriais, acordos de coproduções internacionais); as potencialidades e perversidades da indústria audiovisual contemporânea; história das políticas cinematográficas. Desse modo, pretende-se o diálogo com pesquisas propositivas a debates sobre estas questões entre outras correlatas e seus desdobramentos que atravessam a cadeia produtiva do cinema e audiovisual considerando a tríade produção, distribuição e exibição, num tensionamento permanente entre o público e o privado, entre a homogeneização e a diversidade cultural, e ainda entre as desigualdades das trocas num cenário de globalização econômica e cultural.

cinema contemporâneo e gêneros cinematográficos

Durante muito tempo os estudos e as reflexões a respeito dos gêneros cinematográficos, principalmente, em relação aos mais populares, estiveram à margem no campo dos estudos da área. Os principais e fundadores estudos em relação à temática centram-se em definir o que configura a ideia de gênero cinematográfico e em elencar características específicas. E talvez seja, justamente, o fato de os filmes de gênero responderem a modelos estabelecidos pela hegemonia do cinema hollywoodiano, a condição que os obliterou enquanto objetos de análise. Cabe destacar ainda que, ao falarmos em cinema de gênero devemos ter em mente que mesmo neste contexto é possível uma distinção entre os gêneros cinematográficos populares, massivamente presente nos cinemas como, por exemplo, a comédia e o cinema de ação; e os gêneros cinematográficos marginais, que respondem a nichos muito específicos de interesse, como, por exemplo, o cinema de horror e/ou de ficção científica. No âmbito dos cinemas nacionais, e nos referimos aqui mais diretamente aos cinemas latino-americanos, o cinema de gênero de abrangência popular sempre foi mais pensado enquanto um produto que responde a interesses econômicos do que enquanto produção cultural/artística; e o cinema de gênero mais marginal sempre foi visto como algo excêntrico e muito específico, contextualizado em uma dicotomia muito particular entre o trash e o Cult. Na contemporaneidade, assistimos a uma revisão dos gêneros cinematográficos e ao apagamento de muitos de seus limites fundadores, bem como, em contraste, a uma retomada na popularidade de gêneros clássicos como, por exemplo, a comédia-romântica e o musical. Este eixo-temático propõe, então, a reflexão acerca do cinema de gênero em todas as suas vertentes: comédia, comédia-romântica, ação, terror, ficção científica, drama, melodrama, aventura, musical, cine catástrofe, suspense, gangster, guerras, westerns; abrindo espaço a uma perspectiva ampla de discussões e de reflexões teórico-críticas, tendo o cinema contemporâneo como contexto de proposição, mas não excluído outros recortes.

cinema na América Latina: história e historiografia

O eixo temático aqui proposto procura apresentar e discutir pesquisas sobre a atividade cinematográfica nos países da América Latina, de um ponto de vista histórico e tendo como perspectiva o debate historiográfico e comparativo. Nesse sentido, enfatizamos o diálogo com as abordagens metodológicas propostas por uma “nova história do cinema”, em curso desde os anos 1970-80, que resultaram na ampla revisão de nossa compreensão, especialmente a partir do cinema silencioso. Nesse contexto, julgamos pertinentes alguns filões de análises  sobre a história do cinema nos países latino-americanos através  de levantamento e análise filmográficos, da consulta a arquivos públicos e privados; a pesquisa histórica decorrente ou implicada na restauração de filmes e documentos, bem como na realização de projetos de organização de acervos; trabalhos que dialoguem com a história do rádio, da música, do teatro, da indústria fonográfica, da televisão, das ciências, das mídias, da imprensa etc.; revisões e releituras de obras, artistas, profissionais e experiências ainda pouco exploradas, inclusive de alcance regional; análises da economia audiovisual e da relação com o Estado que discutam os diferentes modos de produção, financiamento, distribuição e exibição, assim como as experiências das associações profissionais; recepção do cinema, incluindo o cinema estrangeiro, com ênfase em estudos do público e da exibição; estudos que destaquem a crítica cinematográfica em suas relações com a produção, com a exibição, com a recepção e com o discurso historiográfico sobre o cinema nesses países e também sob um viés comparativo; a história tecnológica do cinema; a relação dos cinemas nacionais  com o estrangeiro; estudos de análise estética e de história do estilo cinematográfico. Os estudos de gênero (gender studies) também se incluem nas perspectivas de interesse do Eixo Temático “Cinema na América Latina: História e Historiografia” .

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